O que é a angina estreptocócica?
A angina estreptocócica é uma infecção da garganta causada por bactéria ou micróbios chamados estreptococos. Os principais sintomas da infecção são a febre e a inflamação da garganta. A angina estreptocócica é mais frequente em crianças dos quatro aos oito anos de idade, sendo rara em crianças com menos de dois anos de idade. Um tipo de angina estreptocócica causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A pode originar complicações noutras partes do corpo. Todavia, outras formas de angina estreptocócica não causam tais complicações.
Sinais e sintomas
- inflamação da garganta
- febre
- a criança pode recusar comer ou beber devido à dor
- a criança poderá ter dificuldade em engolir
- as amígdalas ficam vermelhas e inchadas, por vezes cobertas por uma película branco-amarelada
Algumas crianças poderão apresentar outros sintomas como dores de cabeça, náuseas, vómitos, dores abdominais e musculares.
Os sintomas da angina estreptocócica são semelhantes aos sintomas de uma inflamação da garganta causada por um vírus ou por outras doenças. É por este motivo que o profissional de saúde precisa de examinar a criança a fim de definir a causa exacta.
O que podem os médicos fazer em relação à angina estreptocócica?
Recolha de amostra da garganta
Para se descobrir a origem exacta da inflamação da garganta, o médico extrairá uma amostra da garganta da criança. Para o efeito, utiliza um pauzinho com uma ponta de algodão esfregando-a na parte lateral e posterior da garganta. A amostra é, depois, enviada para um laboratório onde se analisará a existência de infecção do grupo A (micróbio estreptococo).
Algumas clínicas poderão recorrer a um exame rápido a fim de detectarem a existência de estreptococos, o qual apenas será útil se for positivo. Um exame rápido que apresente um resultado negativo não exclui a existência de angina estreptocócica.
Antibióticos
Embora a angina estreptocócica possa melhorar sem medicação, a infecção pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A pode causar complicações quando não é tratada. Se a amostra retirada à garganta revelar um resultado positivo em relação àquele tipo de estreptococo, o médico receitará antibióticos orais (tomados pela boca) à criança. Outras formas de angina estreptocócica poderão não requerer tratamento com antibióticos.
Cuidar da criança em casa
Controlar a febre e tomar os antibióticos até ao fim
A febre e a dor de garganta normalmente melhoram três depois da criança começar a tomar os antibióticos. É importante completar o tratamento com antibiótico de acordo com as instruções recebidas, a fim de evitar a repetição do problema, a resistência do organismo aos antibióticos e as complicações resultantes da doença.
Para o tratamento da febre ou das dores, poderá tomar-se o acetaminofeno (Tylenol, Tempra ou outras marcas) ou o ibuprofeno (Motrin, Advil ou outras marcas). NÃO dê ASA (ácido acetilsalicílico ou Aspirina) à criança.
Dar líquidos e alimentos moles à criança
Para uma criança com angina estreptocócica, poderá ser doloroso comer ou beber. Para deixar a criança mais reconfortada, tente o seguinte:
- Se a criança tiver dificuldade em engolir, dê-lhe alimentos moles que sejam fáceis de engolir, como sopas, gelados, pudins ou iogurtes.
- Dê muitos líquidos à criança, usando uma palhinha ou um copo com bico.
- Se a criança tiver mais de um ano de idade, tente dar-lhe uma a duas colheres de chá (5 a 10 ml) de mel pasteurizado, a fim de amaciar a garganta e aliviar a tosse.
- As crianças mais velhas poderão tentar gargarejar com água morna salgada.
Os cubos de gelo e as pastilhas para a garganta poderão proporcionar algum alívio às crianças mais velhas ou adolescentes. Todavia, não devem ser dados às crianças mais novas, visto haver o perigo de sufocarem.
Reduzir a propagação da infecção
A angina estreptocócica pode transmitir-se facilmente aos familiares e aos colegas de escola da criança. A qualquer criança ou adulto que viver na mesma casa e tiver os mesmos sintomas nos cinco dias seguintes, deverá recolher-se uma amostra da garganta para análise. O contágio cessa 24 horas depois da criança começar a tomar o antibiótico, o que significa que pode voltar para a escola um dia depois de se sentir melhor.
Outras sugestões que evitam o contágio:
- Lavar as mãos com água morna e sabão ou desinfectante à base de álcool.
- Não partilhar copos nem utensílios de refeições com amigos nem colegas de escola.
- Lavar os utensílios de refeições e os copos em água quente com detergente ou na máquina de lavar loiça.
- Espirrar para o interior de uma manga e cobrir a boca e o nariz quando tossir.
- Evitar o beijo e o contacto facial.
Complicações
Abcesso na garganta
Uma das complicações da angina estreptocócica é a criação de abcesso na garganta (acumulação de pus no interior dos tecidos da garganta). Os sintomas englobam febre alta, voz abafada, dificuldade em abrir a boca, aumento da saliva e da baba e inchaço no pescoço. Se tais sintomas ocorrerem, procure os cuidados médicos.
Outras complicações
Apesar de serem raras, poderão ocorrer outras complicações, como por exemplo, a febre reumática, um problema que envolve a pele, as articulações, o coração e o cérebro. A inflamação das articulações (artrite) e dos rins poderá ser outra complicação.
O tratamento da angina estreptocócica com antibióticos evita quase sempre tais complicações.
Quando deverá contactar o médico da criança
Contacte o médico habitual da criança se:
- a febre não desaparecer três dias depois de a criança começar a tomar o antibiótico
- os pais tiverem outras preocupações ou questões a apresentar
- a criança ficar com febre, erupção cutânea, inchaço nas articulações ou respiração ofegante
Leve a criança ao serviço de urgência mais próximo ou, se necessário, ligue 911, se a criança:
- não conseguir beber nem comer e começar a ficar desidratada
- tiver dificuldade respiratória
- aparentar estar muito doente
Pontos principais
- Os principais sintomas da angina estreptocócica são a febre e a inflamação da garganta.
- Se suspeitar que a criança pode ter angina estreptocócica, leve-a ao médico habitual.
- Acabar o tratamento com antibiótico é crucial, a fim de evitar a repetição do problema e eventuais complicações.
- Para diminuir as dores, recorra a alimentos moles e a bebidas frias, assim como a analgésicos.
- Certifique-se de que os familiares e os indivíduos que mantiveram contacto estreito e que têm sintomas semelhantes consultam um profissional de saúde.